Acordei precisando disso. Não é vaidade ou capricho, o fato é que cansei de mim. Com a cor do cabelo vão os traumas (eu espero) e tudo de certinho demais que tenho feito. Pode parecer uma revolta inútil contra algo do qual eu não posso me livrar. Pode parecer criancice e o é. O que eu vou fazer? Se nem criança eu puder ser eu não quero ser mais nada. Viu? Eu me esqueço de crescer às vezes. E ainda que vc não acredite, eu o faço por prazer, por desespero, mas o faço com consciência.
Tudo bem. Eu assumo minha fraqueza e digo que não acordei assim. Assumo minha fraqueza perante os nãos que levo. Eu nem acordei hoje. Ainda estava sonhando quando caí da cama. Eu estive dormindo e imaginando coisas por dias. Acordar, como sempre, doeu e me pareceu tão frio... O mundo é uma porcaria de geladeira gigante! Queria ficar na cama, quero dormir mais, não me acorde! Pq me acordar... É uma maldade isso!
Eu olho em volta e não tenho vontade de muita coisa. Talvez um cigarro... É, um cigarro viria a calhar. Eu não sei porquê, talvez seja vício mesmo. Eu acredito no poder de uma psicologia de autodestruição poderosa! Parece que assim eu morro mais lentamente e mais facilmente. Não me quero hoje. Será que a gente pode trocar? Eu te dou a mim com prazer. Ou eu me dou a ti? Esses malditos escritores têm confundindo o sentido de dar-se e eu me perdi no dar-me.
Cansei. Acredito que essas palavras só sejam importantes pra mim. Isso é bom e é ruim. Como criança que estou queria um pouco mais de atenção, ao menos hoje ou só por hoje. Será que você pode me ajudar? Ou está muito ocupado pensando no que é certo? Não, é verdade, não me dê atenção. Eu não sou interessante a longo prazo. Sou exatamente como uma droga que encanta no início. Que te enlaça em sensações únicas pra te destruir. Eu sou destrutiva. Pra mim e pros outros. Seja meu amigo. É o certo. Eu não sei dar-me, não sei o que isso significa.
Outro defeito meu é não saber ser-me aos poucos (são palavras de um grande escritor e as achei deveras adequadas). Não sei simplesmente usar uma máscara ou um medidor pra essa minha intensidade doentia. Eu queria gritar. Agora mesmo. Eu queria gritar que me machucou saber que não daria certo. Quero te dizer que só fiquei porque você pediu. Eu quero, mas não vou gritar que você esperou demais...
Eu quis dar-me e quis ser-me aos poucos. Como sempre quis as coisas erradas. Ou quis de alguém errado. Você não era o certo. Acho que ninguém é e como nenhuma das bichas teve a hombridade de me enfrentar e nenhuma das crianças teve a maturidade de perceber que contos de fadas não existem, ficarei assim. Serei demais. Sem conta-gotas pra mim. Vira tudo de uma vez e vamos pra vida que ela é mais gentil com quem não se importa. Pode pintar, o cabelo vermelho me cai bem. Aliás, tudo me cai bem. A única coisa que não me serve é o choro corno desse fim de uma história sem começo.
Isadora Perdigão
Criado como forma de catarse, sem o objetivo de agradar nem ofender, apenas colocar pensamentos de uma mente "em cacos" para, com isso, encontrar aquele caco mais brilhante, digno do olhar dos deuses!
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3 comentários:
"O mundo é uma porcaria de geladeira gigante"
euri!
"Ou eu me dou a ti?"
Nem deprimida vale alguma coisa.
lol
"o choro corno desse fim de uma história sem começo."
*caindo da cama*
Você e seus posts carregados de emoções. Me divertem!
=0!!
Não há nem palavras...
Não seja aos poucos.
A mulher do conto - aquela que é aos poucos - é extremamente infeliz. É triste, doída e resignada.
Ela ama e é amada - e provavelmente sempre será. Mas isso não basta. É preciso muito mais.
Há o direito ao grito. Então grite.
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