Criado como forma de catarse, sem o objetivo de agradar nem ofender, apenas colocar pensamentos de uma mente "em cacos" para, com isso, encontrar aquele caco mais brilhante, digno do olhar dos deuses!

domingo, 26 de dezembro de 2010

Saudade

Eu não tenho muita certeza de como se deve encarar a ausência. Parece-me que o não-ter devia vir acompanhado de um não-sentir justo. Sim, porque se há falta de um, como pode continuar existindo o outro? Como é possível que a inexistência nos cause tanto sentir – se não mais – que a materialidade? Tão injusto que tenhamos que sentir tanta falta, que tenhamos que sentir tanto a falta.
Também me parece injusto que justo as noites e dias de proximidade, alegria, entrega e amor sejam tão breves – ainda que durem muito – e os momentos de não-ter, de sentir-se só e desamparado, esses momentos de não-ter-nada-a-ser-feito... esses minutos são horas que viram dias e rapidamente, além do sofrimento intenso a que já somos submetidos por seja-lá-o-que-for, ainda nos vemos forçados a encarar um dilatação inegável do tempo. Em outras e mais simples palavras: porque os momentos de merda duram pra sempre quando os que deveriam ser eternos duram 2 segundos? De qualquer jeito, os questionamentos em nada me ajudam e estou cansada deles.
Meu amor, meu lindo, minha vida, na impossibilidade de entender as contradições do tempo e tendo que encarar suas malditas variações, te digo que fique, divirta-se, seja feliz e não queira estar onde eu estou. Não perca os segundos que deveriam ser eternos por não estar comigo. Eu tentarei fazer o mesmo, tentarei ficar, agüentar e aproveitar o pouco de vantagem que sua ausência me traz. Sejamos alegres enquanto não vemos pra que possamos ser perfeitos no momento do nosso reencontro... serão os segundos mais felizes da minha vida, mas até lá, paciência, coração.